Navios de luxo vão ter 6 mil leitos na COP30, mas ficarão a mais de 20 km dos eventos em Belém

Para driblar os preços inflacionados da rede hoteleira em Belém durante a COP30, que acontece em novembro, o governo federal recorreu a uma alternativa incomum: dois navios de cruzeiro internacionais vão servir como hotéis flutuantes. O MSC Seaview e o Costa Diadema, juntos, oferecem mais de 3,9 mil cabines e espaço para cerca de 6 mil hóspedes.

A ancoragem será em Outeiro, já que o Terminal Hidroviário Internacional, no bairro do Reduto — que parecia a escolha mais óbvia pela localização central e pela infraestrutura já existente — acabou fora do jogo. O motivo foi a suspensão da dragagem orçada em R$ 210 milhões, barrada em janeiro por questões ambientais.

Agora, a aposta é que o trajeto diário entre os navios e o Parque da Cidade, na Sacramenta, onde estão sendo erguidos os pavilhões oficiais, não ultrapasse meia hora. O desafio, contudo, não é apenas logístico: exige planejamento rápido e eficiente para que a mobilidade e a organização acompanhem o peso de um evento do porte da COP. Afinal, improviso e megaevento nunca formam uma dupla harmoniosa.

Porto de Outeiro, em Belém, está passando por reformas para ampliar capacidade de hospedagem da COP30. — Foto: Diretoria de Infraestrutura/Secop